quarta-feira, 23 de maio de 2012

você mente, eu finjo que acredito

vício em Beaujolais e banhos longos de inverno. ar condicionado sempre ligado no carro novo, o que, claro, significa que gasto em 10 dias o orçamento de gasolina do mês. mas é tão bom. o que seria da vida sem os luxos. da minha, nada. principalmente sem esses filmes que têm ajudado a levantar meu humor. tipo Tomboy. queria que tivessem me avisado antes do que tratava, para não ficar tensa daquele jeito, achando que algo ruim fosse acontecer. é edificante ver filmes gays com finais felizes. faz muito mais pela gay pride. eu acho.

mais do que esses eventos contra a homofobia e contra o machismo. tipo o do domingo. claro que não fui lá para isso. e deparei com todas essas gurias. não entendo direito o ódio direcionado a mim. achei que tinha sido bom para todas. rerere

tenho percebido que estar emocionalmente indisponível irrita as pessoas. e olha que nem é tão indisponível assim, só não estou pronta para essas relações complicadas que as mulheres amam. estou precisando de vida mais simples. ir ali e me divertir. tomar um superbanho com alguém. fechar o bar. abraçar no cinema. voltar a preparar aqueles presentinhos que demandam uma semana de planejamento. ainda que esteja toda atarefada. gosto dessas coisas. não de andar de mãos dadas, apresentar para a família, sentar lado a lado para as refeições. essa vida não é para mim. ainda que seja o paradigma. acho que estou muito fora da curva, sempre soube. mas, sabe, preciso dessa liberdade, para me reinventar, me expressar. essa autoconfiança a que a amiga-artista se refere vem dessa sensação boa, de me sentir feliz com quem eu sou. ainda que passe por momentos difíceis, como esse, do qual pessoas tentam se aproveitar. but i'm just not so young. not so naive. plus you're not that smart.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

a carta de amor que você nunca recebeu


Ainda nem tive tempo de ficar triste.. acho que a ficha não caiu.. concordo contigo que não faz o menor sentido as coisas acabarem assim.. eu gosto de ti, você gosta de mim.. há tanta coisa que a gente ainda não fez juntas.. nossa road trip, bondage, passear no carro novo, andar de bicicleta, te apresentar a minha cidade, fazer a torta de limão, nunca nem tinha te escrito uma carta de amor..

será mesmo que não há nenhuma forma de fazermos isso funcionar, de tentar conciliar o que você precisa com o que eu preciso?

Mesmo, você não toparia nenhuma outra configuração que não seja uma relação monogâmica? É bem estranho isso.. quando nos reencontramos, tinha a sensação de que você precisava de coisas novas, experimentar.. talvez estivesse prestando mais atenção a teu lado pisciano.. e, daí, ontem e nesses dias, fiquei me perguntando se era o capricórnio agora pondo tudo a perder, racionalizando e tudo mais.. lembra de uma de nossas primeiras conversas, quando te disse que você devia se permitir sentir mais e agir mais com base nos sentimentos? A não ser que seja isso mesmo que você esteja sentindo agora, que não dá mais, que acabou..

Fiquei surpresa quando você disse que eu não reciprocava teus sentimentos.. como você pode saber o que eu sinto? As pessoas expressam emoções de formas diferentes.. não sou mesmo uma pessoa melosa, como você já deve ter percebido.. odeio clichês, o que me faz, às vezes, desprezar atitudes que os outros consideram românticas.. mas me vejo como uma pessoa bem romântica até.. acho só que você ainda não me conhece bem o suficiente para saber como sou diferente quando você está por perto.. mas, se isso não valia, você podia, pelo menos, ter me mostrado como eu deveria agir, para você reparar..

Sabia que era possível que você fosse me dizer aquilo tudo ontem, mas, para ser sincera, não senti que isso fosse acontecer.. a gente mal tinha começado a conversar a sério sobre essas questões de padrão de relacionamento e tudo mais.. confesso que fiquei bem surpresa.. imaginava que fosse rolar uma daquelas conversas de ajustes, em que você ia me dizer do que precisava, o que queria.. tinha – e ainda tenho – ainda tanta coisa para te dar.. é triste pensar que tudo que importa para você é justo a única coisa que não posso dar.. nem pra ti, nem pra ninguém.