domingo, 31 de dezembro de 2017

bad poetry


que férias. que mal começaram. 

viagem boa é a que te faz sentir saudade de casa. 

quanta violência pode caber em uma única foto. depois daquela mensagem, à meia noite e meia. no meio da noite. sentiu-se como esses tubarões que têm a barbatana cortada, naqueles barcos em alto mar. chorando sangue enquanto afunda, agonizante. imagina que morrer por cortar os pulsos deve ser assim. mãos de barbatana cortadas. 

vai transformar todo esse sentimento em arte. assim que terminar de sangrar. 

quanto ódio condensado. só queria ver o mar. levou uma banda de Iemanjá. 

não pode rimar. mar - iemanjá - rimar.

cadê as letras maiúsculas

como salvar um dia: terminando outro capítulo. amém. 

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

calai, meu amor


às vezes, queria ser de minas só pra dizer que essa música é da minha terra.. hehe

o esmalte já se foi há muito tempo

hoje, o ser com quem mais me identifiquei foi um cachorro preto.. compartilhamos o almoço e alguns carinhos

choveu muito

comprei umas miçangas.. queria levar lembrancinhas pra zamiga, mas acabei ficando na praia até mais tarde.. não consegui pegar o uber na saída, peguei o ônibus, mas desci e parei na cervejaria no caminho.. conheci uma leonina com ascendente em áries.. e mais algumas pessoas.. ganhei metade de um pastel..

comi frutas de café da manhã.. e dois cafés com leite

comprei uma canga amarela de Ganesha também..

senti saudades da Chapada

senti saudades de casa.. não paro de pensar nos gatos.. até sonhei com Ludwig

fez muito frio

mas

vamos lá lavar o rosto e conhecer esse bar

não sei por que, mas me lembrei da professora perguntando cadê as letras maiúsculas

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

essa lua em touro


sim, muitas emoções. alguns sustos, algumas surpresas boas.

a vida anda muito agitada. acho que foi aquele momento inicial do ano, naquele movimento inicial da flecha no arco, sabe?

florianópolis continua linda. não canso de me emocionar. hoje, passei o dia ouvindo músicas de Iemanjá. foi um dia extraordinariamente leve. o que música não faz na vida da pessoa. até ri sozinha.

conheci o mercado municipal, que fica aqui do lado. dei uma volta, vi umas meninas cantando na rua. uma sincronicidade. fui elogiar, e uma delas disse que já tinha me visto. com certeza deve ter. gente como a gente vive se reencontrando.

amando meus dias aqui. hoje, até a escrita fluiu. o que me deixou com o humor extraordinário. apesar da água gélida.

a vida é muito boa. odoyá.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

mal educada e promíscua




está no quarto de hotel, escrevendo e jogando tarô. porque se irritou com um cara no café da manhã. é meio perturbada? talvez.

meu cunhado não entende por que sou tão revoltada. mas você (nós, néam) tem tudo.

tenho sim. tenho tudo. eu e quase ninguém (eu e você). e isso é revoltante sim. acho que nunca vou conseguir desfrutar de uma vida tranquila tão injusta.

aqui, no 5o andar de meu hotel mofado. com vista para o mar. internet, ar condicionado, café da manhã. é tudo muito errado.

hoje, vou sair de fones de ouvido, escutando Bikini Kill igual a uma adolescente. igual à adolescente que fui.

mas, o que importa é que o livro está caminhando. a meta é escrever, no mínimo, um capítulo inteiro esses dias. temos até sábado e o desafio já foi aceito.

vamos escrever todas as manhãs, depois do café, e todas as noites, quando chegar bêbada no quarto. minha mãe disse que eu poderia convidar alguém para vir dormir comigo. isso depois de ter me chamado de promíscua, no outro dia. tudo como se, né, eu precisasse de autorização para trazer gente para dormir comigo em qualquer lugar.

então, é isso. vamos pegar o biquíni, os fones de ouvido e aquela minha bunda grande que seduzia os caras na adolescência e ser promíscua, não vamos decepcionar a família.

sábado, 23 de dezembro de 2017

amor, vem cá


queria estar escrevendo meu livro. mas, estou aqui desejando que você seja muito feliz.

como estou sendo.

só não tanto quanto estaria se estivesse conseguindo escrever.

mas, vai rolar.

aqui, viciada nas amêndoas defumadas de minha mãe. depois da noite de denúncias de abusos. de meu pai, de meu avô, do marido espancador daquela amiga dela. estou me sentindo até mais leve. depois do banho de mar noturno com o cunhado. ascendente em câncer, despressurizando de medo.

quantos anos até elaborar. e falar do estupro de minha avó, bem assim, na mesa do jantar. ninguém negando. aquele clima de ´Festa de família´ de Thomas Vinterberg. mas você sempre teve bundão.

bem assim.

te desculpo, sim. mesmo que você não saiba por quê. pelo menos, agora, você sabe porque não fui ao hospital, não fui ao cemitério. não que precisasse me justificar. mas, agora está.

feliz natal para todas nós.