quinta-feira, 31 de março de 2011

tiros em columbine

sabe quando tudo começa a dar errado de uma hora para a outra? o dia já começou errado, com a puta da ressaca, da noite bizarra de ontem, quando comi até farofa de ovo (iu!) e cheguei em casa tropeçando, acordando cedo demais com o sol de 57o C na cara, depois de um sonho (influenciado pelo sonho de outra pessoa) sobre funções da linguagem (função fática X apelativa, nunca mais vou esquecer!), comer bolo de café da manhã, brigar com o colega-über-hiperativo por ele defender o estudo do Direito pelos precedentes judiciais (tipo, quem se importa com quem foi Bernadotte???), recusar um convite de sushi pro almoço só pra ir no sérve-sérve de sempre e pagar R$ 25 - eu disse vinte e cinco réal! - por um prato de comida rúim! daí volto pro curso e vejo todo mundo saindo, o que houve?, acabou a energia. vá embora. então já estou a caminho de ir inscrever-me no curso de Português, lá do outro lado da cidade, quando tenho a brilhante ideia de ligar antes, pra saber se fica aberto na hora do almoço, meu celular constando que só tenho 5 réal de crédito, sendo que ontem, à noite, pus 17, pra mandar mensagens para pessoas de birra que não me atendiam, daí, quando vou ligar, recebo a mensagem de que não tenho mais créditos. sério. desculpa mundo, desculpa deus, desculpa exu, seja lá quem eu tiver ofendido, tipo, desculpa . agora, por favor, publique meu local de prova, só pra eu ficar mais calma. e alguma mulher do cursinho, por favor, voluntarie-se para resolver meu probleminha, pois a prova é só na outra semana e eu tenho algumas coisinhas meio urgentes até lá. talvez até te ensine História da China - prometo que vai ser bom.

segunda-feira, 28 de março de 2011

sem vergonha

louca para escrever, mas completamente sem tempo.. não morram de saudades.. pensem só que arrecadei dois números de telefone, uma namorada, passei vergonha na náiti e esqueci-me de estudar este fim de semana.....

segunda-feira, 21 de março de 2011

cinefilia

olha, de filmes, o que gostei mesmo foi de The fighter. Lembrou-me muito Pergunte ao pó, de Fante. Sério mesmo. Aquela história de "Como assim você não conhece Arturo Bandini, autor de 'O cachorrinho que riu'?". O irmão de Micky (que, aliás, parece o Matthew McConaughey, só que feio), vivendo da fama do passado, estava impagável. Ele e a namorada linda ruiva apesar do quê de australiana, sempre séria - principalmente xingando e socando as irmãs bizarras do namorado. Pra completar, a trilha sonora. Gente, fazia quanto tempo que não ouvia Whitesnake? Tive até de cantar a música (mesmo sem saber a letra) no karaoke de sexta-feira.

O discurso do rei achei uma bobagem. Claro que adoro biografias, mas más atuações (foi mal, eu achei) estragam qualquer filme. Até a Helena Bonham Carter estava ruim. A mesma coisa dá pra dizer de Charlie St. Cloud. Gente, o que eram aquelas músicas (principalmente no início)? Parecia filme da Disney. Daí aquela história previsível, com heróis e o mais irritante moralismo norte-americano. Ainda bem que não gastei dinheiro pra ver no cinema.

Do documentário Exit through the giftshop eu adorei. Principalmente porque, no início do filme, você não entende direito que o propósito é tirar um sarro daquele francês sem noção teletransportado da década de 1970. Quando isso fica claro, a parte esquisita do filme começa a fazer sentido e daí você entende a piada e pode até aproveitar a introdução à arte de rua (que, aparentemente, não pode ser chamada de "grafite").

Winter's bone tem seus momentos. A guria atua bem, achei. Mas, como gosto de assistir aos filmes sem antes ler a sinopse ou do que tratam, confesso que passei a maior parte do tempo tensa, esperando que ela sofresse algum tipo de violência (fora ser espancada pelas 3 mulheres).

Wicker Park, sim, surpreendeu. Mas achei a história meio mal contada. Aquela atriz fazendo cara de psica desde o início deixou meio óbvio que havia alguma coisa errada. Tudo bem que você não sabe o quê, mas eu gosto mesmo é das surpresas.

Agora o destaque vai pra Dogtooth. É um filme turco sobre um pai maluco que prende a família em um casarão no subúbio, justificando que gatos assassinos podem matá-los se saírem de lá e que só está preparado para encará-los quem já tiver o dente canino permanente (o que enseja uma das melhores cenas do filme, com a menina se socando até o dente cair). As bizarrices são inúmeras. Vale à pena até pela criatividade.

Um que não estou conseguindo terminar é Gasland: é tipo um filme do Michael Moore, daqueles bem naifs, sabe?

Bem, por hora, é isso. Vou terminar de ver os que concorreram pra comentar o resto. Enquanto isso, por favor, vá assistir a Dogtooth.

quarta-feira, 16 de março de 2011

konitchiwa

então. não tenho tido vontade de mexer em sentimentos, o que tira um pouco da graça do que deveria ser um desabafo. o interessante é analisar problemas ou, então, tirar uma angústia de dentro. agora, quando as coisas estão mais estáveis, não é muito bom ficar revirando. e sem sentimento nada é legal. é o que acho.

mas posso falar do professor de economia xingando a miriam leitão. foi sem noção, só que engraçado. e posso falar do encontro com o coleguinha da faculdade, que me trouxe notícias da ex-melhor amiga da época "work hard; play hard", que, seguindo essa nossa filosofia, está na Tailândia, praticando muay tai.

preciso urgente ligar para ele para fofocarmos. e para tratar minha coluna, agora que ele virou acupunturista.

sexta-feira, 11 de março de 2011

pierrot e colombina

é bem egoísta mesmo, mas o pensamento de que você será feliz com outra pessoa tem acabado comigo nos últimos dias. queria te dar o que você quer, ser quem você precisa que eu seja, ter mais paciência, lidar com seus ímpetos meio.. imaturos.. pra gente crescer juntas. mas não havia mesmo como dar certo. sempre soubemos disso. 
e o erro foi meu. você provavelmente não estava prestando atenção, esse é o seu jeito. mas eu estava. e, desde a primeira vez, sabia que isso poderia acontecer. mas, olha a ironia, achei que tivesse mais controle sobre as coisas. e foi assim que me apaixonei. perdidamente. perdi as estribeiras. tornei-me só sentimentos, não conseguia pensar quando te via, só queria te jogar no chão, arrancar tua roupa, te escutar, sentir seu cheiro, explorar todas aquelas sensações. e havia tanta coisa que ainda queria fazer contigo. a seu lado. e coisas pra te dizer. tantas, tantas coisas. 


e me entristece perceber que o que você tem visto é tão pouco. é o que achava que podia te dar nesse momento, pra não te assustar. e, agora, o que faço com todo o resto que sobrou, que não vai a lugar nenhum, não vai pra ninguém? 
a astrologia estava certa, meu tempo pode até ser mais lento do que o seu, mas meus sentimentos não são assim. você não consegue lidar com isso, era isso que estava escrito. na época, realmente, não entendemos direito o que isso queria dizer, mas acho que faz todo o sentido agora. é super cafona, mas sou uma romântica. acredito no amor eterno. acho que nunca deixamos de amar as pessoas. nunca mesmo. ficar com elas ou não é outra coisa, sempre uma questão de circunstância combinada com uma escolha racional. e eu havia escolhido ficar com você. o que, pra mim, significa te dar todas essas coisas. que você não quer de mim. e eu queria ser diferente, fazer do jeito que você precisa, te dar aos poucos, mas sinto como se fosse uma força quase incontrolável mesmo. preciso te falar tudo isso, te fazer sentir, nem que fisicamente, esse impulso que se irrompe de dentro de mim. você me inspira. olho pra você e me dói porque acho que não consigo tirar de você tudo que quero. não que precise. mas me angustia não conseguir. fico pensando em que estímulos posso te dar, só pra te ver reagir. o que você vai dizer. se vai sorrir, se vou te irritar. 
haverá outras depois de você. e vou jogar todo meu melodrama em cima dela outra vez. e daí ela pode se assustar, assim como você, e sair correndo. mas, se não, será lindo. como foi com tantas outras. pra quem pude escrever essas cartas, com minha letra feia e tremida (como minha voz quando ligo pra ti), mas no melhor que pude fazer, no papel colorido, com o glitter, que eu nunca te dei. e os presentes que nunca te dei. nem te fazer sentir como se fosse a única mulher em qualquer recinto. e me arrumar pra você. pra tentar ser, também, tão bonita, só pra te deixar feliz.


de um jeito que nós não conseguimos. pensamento que, agora, me faz sofrer tanto. porque queria que fosse você. 

de todo modo, nesse momento e por mais um tempo ainda, tudo isso é seu. nem precisa vir buscar. vai ficar aqui numa caixinha. que vou deixar ali na janela. enquanto choro. até apodrecer. esse nosso amor que não foi.
Há quanto tempo saudoso / Procuro em vão Colombina
Sumiu-se a treda ladina / Deixou-me em trevas choroso
Procuro-a sim como um louco / Nos becos, nas avenidas
As esperanças perdidas / Tendo-as vou já pouco a pouco 
Se em todo o carnaval / Não conseguir ao menos
Seu rosto fitar / Palavra de Pierrot
Eu juro me matar / Não posso suportar
Esta cruel ausência / Que me afoga em dor
Meu coração morrer / Sinto de amor 
É dia de risos e flores / Todos folgam só eu não
Ela, talvez num cordão / Procure novos amores
Oh! Companheira impiedosa / Vê que suplício cruel
Vejo a minha alma afogar-se / Num oceano de fel 
Oh!: Vós que acabaes de ouvir / Meu pranto, meu padecer
Tenho um pedido a fazer / Tenham dó do meu carpir
Se encontrarem Colombina / Que é da minha alma o vigor
Digam-lhe que assim se fina / Procurando-a, seu Pierrot"

quarta-feira, 9 de março de 2011

Gabriela

acho que o que gosto mais de estar no meio de arquitetos é ouvir coisas como "preliminar pra mim é a cerveja" vinda de uma mulher. conversas calmas, sobre assuntos variados, todo mundo bebendo tranquilamente, falando de estética e outras coisas elegantes, mesmo que superficiais. e pegar qualquer dessas pessoas pra falar de assuntos mais profundos com o mesmo tom de voz e a mesma desenvoltura.

percebi que estou sentindo falta de sair com essas pessoas. sério, no offense, mas não aguento mais sair para falar de mulher. primeiro, porque não tenho nada a dizer. segundo, porque esse assunto é chato. principalmente quando é o único. é muito verdade aquele comentário machista de que mulher só se reúne pra falar de homem (no caso das lésbicas, de mulher). e eu não sou mulher.

e agora está decidido: como faz o amigo-arquiteto, não saio mais com gente de menos de trinta. não adianta dizer que é inteligente, é legal, é isso, é aquilo. é bobo. é boba. está passando por uma fase que já superei. não quero lidar com mais um retorno de saturno. não acho os dramas instigantes. se é que esses existem.

e entender o que as mulheres querem é mais uma coisa que me escapa. vamos ser amigas? vamos ser amigas. vamos namorar? vamos namorar. estou só com você. você também? sim. ótimo, então.

e daí vem o ciúme. se combinamos que estamos juntas, sei lá, achava que não haveria mais espaço para esse tipo de coisa. claro que vamos paquerar outras mulheres, sempre, isso faz parte da sexualidade, ninguém está escravizado porque está em uma relação. mas não tenha dúvidas de que nada vai acontecer enquanto estivermos juntas. nem conseguiria viver comigo mesma se o fizesse. mas, se você não pensa assim, pelo menos, fique feliz em saber que fui, sou, serei sempre assim. porque, no final, não é uma mera questão de o que fazemos ou deixamos de fazer, mas de que essas atitudes representam quem nós somos. e eu sou assim.

espero que seja suficiente.

pois enquanto você reflete sobre isso, vou ali tirar esse pijama preto que está um puta calor aqui. daí você me liga e conversamos futilidades como se a noite de ontem não tivesse acontecido. vai ser melhor assim.

quarta-feira, 2 de março de 2011

catadora de lixo

então fui lá conhecer a cadmía de sapas. a instrutora ficou com raiva de mim porque eu não quis fazer 1/3 dos exercícios. "mas já vi alunas com hérnia de disco fazendo esse exercício." tipo, o que eu tenho a ver com mulheres ficando  paraplégicas voluntariamente eu não sei.

daí me pergunta há quanto tempo sou sedentária. não entendo pq todo mundo faz essa pergunta. quando digo que sempre pratico exercícios, as pessoas sempre fazem aquela cara de "ah, sei" e ignoram. uma coisa é ficar parada o dia todo. outra é comer o dia todo. e é a mesma coisa se digo que meu abdômen é todo dividido. pq parece tão impossível ter músculos embaixo da pança? minha pança é grande e forte!

daí, por último, na avaliação (que eu perguntei se era obrigatória e a instrutora ficou ofendida outra vez), ela queria saber quantos quilos eu queria perder. não tinha um número certo, só queria emagrecer. daí vira pra mim "você sabe que você tá pesando X quilos, né?" (não adianta, não vou revelar) sério. tomara que caia em um bueiro no caminho pra casa.

não sei lidar com gente assim. essa é, inclusive, a principal razão de eu não frequentar cadmías. tenho espelho em casa, não estou pagando pro povo ficar me xingando pra ver se tomo vergonha na cara. tomei vergonha na hora em que resolvi pagar. ponto. quem paga pra ser magro? teoricamente, deveria ser mais barato. he he he

mas, bem, vamos lá, né? já paguei o mês e não quero de novo ser pega por um temporal numa sexta-feira à noite, querendo ir embora fugida do cursinho e tendo de pedalar mais pesada (com as roupas molhadas) e a mochila em um sacão preto de lixo pra não molhar o computador. tive de aceitar como um sinal, considerando que carrego esse saco na mochila há dois anos e foi a primeira vez em que precisei usá-lo.