segunda-feira, 29 de junho de 2015

amigas inseparáveis

(que coisa louca.. esta postagem era de 10 dias atrás e apareceu como sendo de hoje..)

a vida está boa. você mora sozinha em teu próprio apartamento, que é bonito e espaçoso. tem um trabalho que é ok (preenche os requisitos de um trabalho bom). vive com dois gatos que ama. tem uma namorada linda e fofa. vários amigos que se importam. familiares que visitam com certa regularidade. férias programadas para uma praia paradisíaca. está meio dura, é verdade, mas tudo em decorrência das coisas boas que têm acontecido.

e você está feliz? não. quero apresentar minha amiga a vocês: a depressão.

da próxima vez em que for reclamar da vida, pense em como seria ter as coisas que todos dizem que você precisa para ser feliz só que não ser.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

tentando sair da Matrix

nem acredito que preguei os quadros na parede. casa finalmente pronta. entrou o último cheque do aluguel antigo. conta totalmente negativada, mas com perspectiva de melhoras no mês que vem. tive até de ir ao sushi favorito comemorar (pobre, porém ryyyka!)

recebi gente em casa, oficialmente, pela primeira vez. foi divertido. conheci "o músico mais famoso da África", Fela Kuti, que amei. servi cueca virada para os convidados.

sábado foi difícil sair da cama. assisti a filmes antigos maravilhosos e irritei-me ao ir ao festival de blues do parque - onde estava com a cabeça, eu que detesto blues?

enfim. conversas, banhos quentinhos de banheira, comidinhas e uma nova receita de panquecas. pena que a parte boa da vida sempre passa tão rápido.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Grigris e Mimi

é tanta felicidade que nem cabe em mim. muito bom recarregar as baterias depois de uma semana meio pesada. essas reflexões sobre o conservadorismo atual. percebi algo que havia feito errado: estava ouvindo, na rádio, as notícias da Câmara e do Senado, em vez de ouvir música nos trajetos casa-trabalho-academia. e, deu nisso. agora, é voltar a ouvir música, reinserir arte na vida, porque ninguém merece tanto coxinha na vida.

então, esses dias foram de recolhimento, reflexão, conversas, cerveja, comidinhas feitas em casa e muito amor. <3  acho que nunca havia feito estrogonofe de frango antes. rs  mas, nem ficou ruim. ela linda com aquele vestido do dia em que nos conhecemos. nem me lembrava do tanto que era bonito. vestido e tênis, toda linda. só de vê-la já fiquei emocionada. nem precisava da espuma de banho de mel - não precisava, mas amei. :D

vi dois filmes maravilhosos: Trois coeurs e Grigris. O primeiro tem Charlotte Gainsbourg e Catherine Deneuve e conta um triângulo amoroso envolvendo duas irmãs. O segundo ocorre no Chade e também narra um romance, só que menos, digamos, convencional.

ontem, consegui, finalmente, definir a posição dos quadros. fiquei tão feliz! hoje, vou medir as distâncias direitinho (virei essa pessoa! haha) e pregá-los. quero ver se recebo os amigos em casa no próximo fim de semana. e, aproveitar para reorganizar a vida, a cabeça. está tudo bem. é só não ouvir a Rádio Câmara.

terça-feira, 9 de junho de 2015

a maldição da intuição


amanheci precisando fazer algo diferente. mudei a cor do lápis de olho para lilás. comi um pão de queijo de café da manhã.

saindo de casa, o zelador perguntou se eu era responsável pela mancha de ketchup (que eu achava que era sangue) espalhada pela parede da escada. levei o maior susto, "claro que não". ele disse que estava brincando. mas acho que não estava.

ou só estou neurótica. coisas acontecendo, eu sentindo, mas sem saber o que são. coisas ruins, no caso.

e daí que preciso dormir, para voltar ao "normal", fechar o corpo. só que, óbvio, nessas fases, não consigo. ansiedade pululando.

alguém resolveu usar uma serra elétrica (ou algo assim) às 6 da manhã. e, assim, acordei. e, assim, começou/acabou meu dia.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

sapatonices


nem dá para acreditar. quem diria, eu uma autêntica sapatão.

faz cerca de três meses que você apareceu na minha frente, do nada, olhou-me nos olhos e deixou-me hipnotizada desde então. as mensagens fofas (e abundantes!). teu jeito diferente, tão especial.

nosso primeiro encontro meio que decidido na última hora. teu cabelo desgrenhado naquele coque, com o colar de olho de boi, você sentada com perna de chinês em cima da cadeira, derrubando tudo de cima da mesa. o jeito como você puxou minha nuca quando me inclinei para te beijar. você na minha casa, naquela noite perfeita.

o café da manhã na padaria. você com o cabelo solto, todo louco, mesmo depois de ter secado com o secador do gato grande. a despedida no ponto de ônibus.

aquelas milhões de fotos que você tirou naquele dia e enviou, indicando que estava pensando em mim. gostei tanto daquele poema nas paredes (?) da UnB. mostrei para todo mundo. hihi

nosso segundo encontro, você suuuuper atrasada, perdida na minha quadra. o teu sumiço de uma semana. quase surtei junto. tua psicóloga não acreditando em meu envolvimento em tão pouco tempo. "somos lésbicas, é normal!".

aquele sábado em que tua irmã e tua mãe me explicaram o que acontecia. chorei tanto. ouvi aquela música de que você não gosta. ouvi sem parar naquela noite. havia criado expectativa de ir te visitar no domingo. mas não rolou.

as tuas mensagens. os telefonemas de horas. eu fazendo mudança e esperando a hora em que você telefonaria. foram férias emocionais tão intensas! cuidando da casa e te esperando.

a tua voz. acho que soube que a história iria mesmo acontecer quando nos falamos ao telefone. tua voz calma, tranquila. tão contraditória. nosso encontro quase furtivo no dia do aniversário de tua mãe. aquela foto louca tua de cabeça para baixo, à la Francesca Woodman. eu chorando descontrolada, de emoção, bem boba e dramática.

a partir desse dia, perdi todo o controle. já sabia que não haveria mais volta. o que me deu muito medo, pois não sabia por quanto tempo você ficaria internada. era como manter um relacionamento a distância.

e daí que, hoje, você está aqui. às vezes, nem acredito. no tanto que é bom e no tanto que você me tornou mais lésbica. rs