terça-feira, 23 de janeiro de 2018

lingering


há dias em que a criatividade parece que gasta. estou criando o hábito ruim de deixar para escrever na véspera. na última semana, comecei na segunda-feira. desta vez, foi na terça. no caso, hoje. pari 5 páginas. faltam três. amanhã é o dia de apresentar. mas não consigo espremer mais nada.

pelo menos, consegui trabalhar um pouco. a terapia voltou. a psicóloga ainda ri das minhas histórias. florianópolis, ilha da magia.

ainda bem que temos amigas para nos lembrar de tudo que passamos. às vezes, me sinto um peixinho dourado (que dizem que nem tem memória tão ruim).

foram muitas décadas para guardar rancor. e alguns anos de budismo. não consigo ter raiva, não por muito tempo. apertaram o botão da compaixão em mim. sinto amor pelas pessoas. principalmente, pelas mulheres. com duplo sentido. heh

sinto muito amor pelas amigas. é difícil explicar para quem não viveu isso. ´eu não abro mão de uma amizade só porque me senti atraída pela pessoa.´ nem eu.

sinto-me cheia de amor outra vez. vamos distribuir. vamos sim.

fiz as pazes com a professora de pilates. a dor nas costas passou também. dormi tão bem ontem. tive boas notícias hoje. um processo de 10 anos parece que terminará até semana que vem. não caibo mais em mim.

sinto saudades de algo que não vivi. não sinto saudades do passado, quase nunca. minha ansiedade toda explicada aí.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

rasga tudo


fui chamada de fria e distante por duas pessoas diferentes. roubaram meu coração.

sonhei com uma praia fria e agitada.

tenho aprendido a ser mais desprendida com as coisas. fui chamada de desapegada demais.

meu ano aquariano. com stellium em libra.

não é que não sofra mais com as coisas. só estou tentando dar a dimensão real a elas. a chateação vem, toca, corrói. mas, depois, o coração regenera-se. não é que eu esqueça o acontecido. é só que ele perde a importância. em algumas vezes, não deixa nem marca.

sinto-me bem. e já prevejo semanas de paranoias, com as novas aulas de numerologia. encontrar padrões. 10:01. o zero potencializa qualquer número. e o um é o número de ação, de início, de começos. amanhã, é lua nova.

não escrevi nada no fim de semana. a professora telefonou. disse para continuar. mas não consegui. tenho 3 dias para produzir. vou passar em casa e abrir um Bordeaux, minha maior inspiração. "ou a gente poderia brigar." também. o importante é sofrer. só sei escrever de coisas ruins. quando estou feliz, gosto de falar. quando triste, escrevo.

pois, agora, temos 1h para ficar bem triste. tomar vinho, esquecer o fim de semana e resgatar esse sofrimento desse coração que já parecia ter ido, mas que sei que está escondido aí, em algum cantinho. vamos resgatá-lo, esmagar, pisar, furar, até sair alguma coisa.

só porque preciso produzir. agora, meus sentimentos são só meus. não os dou a mais ninguém.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

no fundo do mar


dias muito, muito, muito animados.

terminei o capítulo (uma semana depois, mas, tá aí). falta só revisar as referências.

a casa está com cheiro rançoso, que lembra o óleo que ganhei. o cheiro dele não é ruim, mas algum ingrediente não está bom.

mais pessoas do passado reaparecendo. tudo que fui zen no ano passado tenho tido de ser dura e quase radical este ano. ´Como você está?´ ´Bem. E você?` ´Bem. E com saudades´. Silêncio. Dois dias depois, de novo. Desculpa, mas você terá de ser bloqueada.

sinto como se ser gentil e compreensiva com as pessoas tenha passado a mensagem de aberta e pronta para qualquer situação. preciso sim aprender a ser mais assertiva. e é isso, comecei com vocês. sinto muito.

você quer me ver de novo? não. tipo, nunca. e eu? você sim.

aquele almoço que mal digerimos. a aula gratuita de forró. o burburinho de fim de tarde. muitas emoções.

último dia de férias. das quais, isso é raro, não enjoei.

muito material para escrever. muitas memórias.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

canudos


cortei e pintei os cabelos. estou quase careca. pareço outra pessoa.

é muito duro olhar nos olhos de alguém e dizer ´eu te amo. não te perdoo.´ mas é verdade. não quero te ver nunca mais. não quero nunca mais ouvir falar de você.

essa virada de ano tem sido intensa. muitas pessoas do passado voltando. você esbarra na pessoa - me manda um oi? e você percebe que o último diálogo tinha sido há 3 anos. tínhamos ido comprar meu edredom, lembra? lembro. tenho um quase igual.

essa lua em virgem.

comprei vinhos franceses. resolvi coisas na rua.

ontem, joguei tarô para 3 amigas, seguidas. nunca havia feito isso. chegou a noite, fui ver a exposição do Dalí. não gostei tanto. mas, algo aconteceu. saí exausta.

fui conhecer aquela mercearia colaborativa na asa norte. e um bar super fofinho. comi pastéis de gorgonzola, bebi vinho. noite boa.

ganhei uma caneca do tamanho exato do café que tomo todas as manhãs. um pouco maior do que o espresso, menor do que um café com leite. aliás, se há algo que ganhei neste fim de ano foram recipientes de bebidas. um copo (que congela) com tampa e canudo, duas canecas (com tampa e canudo) e essa xícara.

e brincos de búzios. ´porque você gosta de praia´.

esses momentos de amor.

mas por que vai tão cedo? porque é tarde, amor. é tarde demais.

queria terminar o capítulo. falta uma página só. mas, olho para ele e sinto dor. e vou fazer outra coisa. tipo, ir comprar vinhos. lavar a louça. responder as mensagens acumuladas dos últimos dias.