quinta-feira, 30 de março de 2017

luto e o amor que não foi


passou um vendaval. a poeira ainda está assentando. mas acho que já consigo vislumbrar um pouco o que ficou.

comecei a imersão nos estudos do tarô. uma das autoras que estou lendo já havia avisado que, quando começamos, as cartas começam a aparecer em toda parte - nos sonhos, nas intuições, nas coisas da vida. e fiquei tentando não entrar na paranoia, só as aceitar vindo. e refletir sobre o que elas querem dizer sobre mim.

daí, chegou o ritual de domingo. normalmente, medito boa parte do tempo, daí vou para a fogueira com o caderninho e anoto reflexões, intuições e visões que vieram durante o trabalho. só que, dessa vez, não consegui me levantar. fiquei paralisada na posição em que cheguei. não soube dizer bem o que havia acontecido, era um emaranhado de emoções e sensações. não consegui nem anotar - aliás, nem tive tempo, só consegui sair de onde estava uma vez, me arrastar, na verdade, para ir ao banheiro. daí, quando já estava indo embora, havia acabado de passar pelo portão, esse trabalhador com que tenho uma conexão mais forte me puxou pelo braço, me levou para um cantinho e me disse um monte de coisas. que só aumentaram minha confusão.

daí, passei esses dias todos tentando digerir tudo que aconteceu. a conclusão mais forte foi a de que não terminei de viver o luto pela passagem do Ludwig. como se eu tivesse me fechado emocionalmente em dezembro e janeiro. na verdade, acho que transferi o sentimento para aquilo que, na época, pareceu uma tentativa de reatar com a ex. comecei a sentir que estava apaixonada por ela outra vez, ainda que isso não fizesse nenhum sentido. daí resolvemos não continuar a história e conheci a outra figura. assim, fui transferindo as emoções de pessoa para pessoa. até que, nesses dias em que consegui me isolar, percebi que o fio que me puxava era o gato, não essas outras questões.

e foi assim que, 10 dias atrás, desmoronei. daí saí na sexta e tive aquela sensação de descontrole - que atribuí à lua em aquário. até que, no domingo, me veio o esclarecimento a respeito do que eu andava ignorando.

e aí veio essa conjunção de sol, lua, vênus, mercúrio e urano em áries e uma raiva à la TPM, com a qual tenho aprendido a lidar ficando em silêncio. silêncio esse que irritou a pessoa. tentei explicar ontem, mas não sei se ela estava ouvindo. aproveitei para falar de meus sentimentos por ela, que, inclusive, ficaram mais claros para mim nesse período (de só 3 dias, mas que ela sentiu como se fossem muito mais, enfim).

ela continua insistindo que a gente não dá certo pela falta de tempo, o que não faz nenhum sentido para mim, afinal, somos praticamente vizinhas, as duas trabalhamos no horário comercial, então não entendo mesmo. é verdade que estou cheia de atividades este semestre - os dois cursos de tarô, o de astrologia, as aulas de dança e pilates e o grupo de trabalho voluntário -, mas, fora os horários das aulas (que não duram tanto assim), meu tempo é até bem flexível, as coisas podem ser perfeitamente remanejadas. mas, não. ela quer enxergar assim. diz que gosta de mim, mas que é isso, que veio a minha vida só para mostrar que existem pessoas como ela no mundo.

e é isso. fica essa como a história que não foi. agora é buscar conforto no tarô e deixar o sentimento morrer.

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