segunda-feira, 9 de novembro de 2015

uma quase morte

tenho frequentado rituais de Santo Daime. fui meio que levada pelas circunstâncias. algumas coincidências apontaram para lá, então resolvi experimentar. achei que fosse só aquela vez, como fui uma vez para um terreiro de Umbanda. mas fui surpreendida e não consigo mais parar de ir. estava sentindo-me muito conectada à natureza, senti muita paz. até ontem. o que começou sendo uma experiência leve foi tornando-se, com o tempo, intensa e até um pouco sombria. o ápice foi ontem, quando entrei na paranoia de que ia morrer. vomitei e chorei sem parar. houve um momento em que uma das ajudantes se aproximou de mim e segurei nela, quis dizer que eu sentia que ia morrer, mas fiquei paralisada, aceitei o lenço que ela me ofereceu e fiquei lá, tentando não sujar a saia que havia tomado emprestada. já me haviam alertado que não devemos trocar olhares com as pessoas, mas, sei lá, talvez por meu estado (ou minha paranoia a respeito de meu estado), algumas pessoas pareciam olhar-me intensamente. eu tentava desviar, olhava para baixo, para cima e, quando voltava à direção delas, lá estavam os olhares.

o sol na cara, as crianças gritando, correndo, aquele senhor de cabelos brancos, a bronca que levei matriarca. senti-me tão errada, tão arrogante e tão frágil. o efeito do chá não passava, já haviam tocado o sino para a segunda rodada. não passava. entrei na paranoia de que não ia conseguir dirigir de volta para casa.

enfim. consegui. não dormi esta noite, mas consegui, sobrevivi. e voltarei.

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