segunda-feira, 11 de junho de 2018

escorpianas raivosas

não sei quando começou minha fama de destruidora de casamentos. mas, assim, para mim, a história está completamente superada. claro que eu ia te cumprimentar. achei deselegante você sair na hora em que cheguei. foi bem climão. daí, depois, todo lugar pra que eu olhava, lá estava você, meio de rabo de olho. daí chego no banheiro, sozinha na fila, e você para atrás de mim. eu, no teu lugar, se quisesse evitar a pessoa, teria virado as costas e ido embora. mas você parou atrás de mim. nós duas lá paradas. os longos 47 segundos até você responder. "você falou comigo?" "sim, acabei de te dar oi." e uma cabine liberou.

fui fazer as contas. faz 3 meses desde que vi a figura pela última vez. ela ainda me procurou um pouco depois disso, com a desculpa de sempre, de que achava ter esquecido alguma coisa na minha casa. mas eu estava determinada, já havia jogado fora tudo que ela deixou pra trás. até os presentes. só guardei o caderno florido, porque gostei e porque ganhei em um contexto de desculpas, não no contexto do nosso relacionamento.

então, até pelo tempo e por nós todas termos já estabelecido relações novas, entendi que a história estava superada para todas. superada emocionalmente, digo, porque tudo que fiz foi conhecer alguém que estava em um relacionamento aberto. inclusive, foi ela que me procurou. e disse que você estava ciente de tudo.

não tenho culpa se ela quis terminar contigo para ficar comigo. claro que adorei, era isso que eu queria. mas também queria que a história durasse mais. a figura entrou na maior crise de ciúmes com as coisas que você fazia para machucá-la. eu tentei ajudar, mas chegou uma hora em que não consegui mais. a ajudei nos rituais, o da aliança, o da mudança de casa, tudo. até quando estava exausta, depois daquele carnaval cheio de emoções, recebi-a em casa, porque ela não queria dormir só nenhum dia.

daí, dois dias depois, na casa das amigas dela, ainda tive de ouvir que você havia mandado jogarem tarô para, então, descobrir que eu queria separar vocês duas. mas é claro que eu queria isso, desde a primeira noite com ela, que eu achava que seria o início de um casinho, mas que foi o começo de uma paixão louca. ela atrasou umas 2 horas, eu estava super impaciente. era dia das bruxas. era tarde. fui buscá-la na estação de metrô, a maior ventania. uma cena meio de filme. ela cortou meu cabelo. bebemos vinho. aquele mapa todo escorpiônico. ela tirando a roupa ali, na sala. os beijos estalados, escoradas na parede. eu não conseguia dormir, de tão extasiada. não conseguia tirar as mãos dela. eu que nunca gosto de dormir abraçada. me senti tão à vontade. não tinha mais volta.

depois, ela me propondo namorar bilateralmente (vocês duas, de um lado, eu e ela, de outro). como nosso acordo era que eu poderia ficar com quem eu quisesse, fiquei com todo mundo que consegui. o que, no caso, foram 4 pessoas: capricórnio, áries e duas de touro. minha vida nunca foi tão movimentada quanto aqueles meses (e os de agora também, pensando bem). ela tinha crises de ciúmes. além disso, falava da relação de vocês como se estivesse definhando mesmo.

depois de uma de nossas brigas, que, segunda ela, foi influenciada por algo que você falou, sobre eu estar com ela para passar o tempo até encontrar alguém que ficasse só comigo, expliquei que não voltaria mais à situação anterior, que sentia que ela não estava conseguindo equilibrar as duas relações. achei ruim você ter marcado o chá de casa nova na véspera da minha viagem, quando esperava uma noite de despedida. você já havia reclamado que ela tinha passado o fim de semana todo comigo. enfim. decidi que não ia mais passar por isso. avisei a ela que poderíamos manter uma relação casual, mas que só assumiria algo mais sério quando ela estivesse solteira.

nesse dia, ela saiu da minha casa e terminou com você. só soube disso dias depois. e foi assim que começamos a namorar. bem antes de mudar status de facebook e tudo mais. tentamos ser discretas. você reagiu mais quando assumimos em público, o que aconteceu, de minha parte, em reação às mensagens que você me mandou, que me demandaram respirar bem fundo antes de responder. e foi mais ou menos aí que toda a tua crise de ego começou.

e, assim, mesmo depois de tudo que aconteceu, é interessante notar que nós nem brigamos efetivamente. para você ter ideia, as pessoas do meu convívio pessoal nem sabem quem você é. você que saiu em campanha para nos difamar. o que deixou ainda mais explícita a tua posição de moça do coração partido. e eu sinto muito por isso. mas queria pontuar que a culpa não é minha. e que, quando sentir de me cumprimentar, eu vou responder.

2 comentários:

  1. Nossa, você se deu ao trabalho de escrever um texto de relato porque a moça se recusou a falar com você? Ainda expondo duas pessoas! Rs. Sol em leão, lua em escorpião.

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  2. Não entendo a capacidade de não ouvir um não. Muito menos o porque de toda essa exposição. Algo que poderia ser tratado no psicólogo ou algo do tipo, sem muitos prejuízos. Agora sim, você tem muita sorte de não ter citado nominalmente nenhuma das mulheres. Pois além da exposição, seu texto tem um caráter difamatório. Enfim, passar bem.

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