quarta-feira, 6 de junho de 2018

isso é mais do que indecisão

vamos deixar tudo registrado aqui, para me ajudar a processar melhor e para que eu releia de tempos em tempos, para não esquecer.

nossa história começou quando te vi naquele bar. já tinha te visto outras vezes, mas me interessei naquele momento, naquela "abertura cósmica", como você diria. um mês depois, demos match no aplicativo. nesse momento, já sabia que alguma coisa ia rolar. você demorou uma semana para passar teu telefone, cheguei a achar que você fosse canceriana, lembra? (não que seja tempo demais, era só que eu já sabia que a história ia se desenvolver). falou de uma mulher que a gente tinha tido em comum (parece que você ficava com ela antes de eu a conhecer e, depois, ficou com ela outra vez - e, acrescentando um capítulo que talvez seja novo pra você, ainda fiquei com ela de novo. inclusive, precisei mencionar a história. ela realmente não ficou com uma boa impressão tua. falou as coisas meio por alto, mas parece que você foi a primeira mulher dela, e eu, a segunda. ela disse que foi bom me conhecer naquela época, que ajudei a curá-la ou algo assim).

você vinha toda toda pelas mensagens. eu estava adorando, adoro gente direta e que diz o que quer. só que, por alguma razão, você não marcava o encontro. minhas amigas diziam que você devia ter problemas sérios de autoestima, que talvez se sentisse intimidada por mim. eu tentava, então, fazer o jogo e esperar o teu tempo. um dia, já era tarde, você me convidou para ir a tua casa (e quase mudou de ideia várias vezes). a gente trocou uns beijos. você disse que não queria transar, que queria ir com calma, mas me levou pra tua cama.

o segundo encontro foi um outro processo. até conseguirmos marcar um jantar na minha casa. você quase mudou de ideia outra vez. eu já estava irritada, tinha passado o dia cozinhando. já estava quase desistindo, me arrumando para o carnaval, e tocou a campainha. apesar desse início, essa noite foi boa. não consigo lembrar se você dormiu aqui ou não. acho que não.

depois, você disse que era melhor sermos só amigas, que achava que a gente não tinha a ver. daí, no mesmo dia, nos encontramos no bloquinho, no meio da multidão, imagina, vários blocos concomitantes e nós nos esbarrando. trocamos uns beijos, e você disse que ia voltar para os teus amigos. fui pra casa. pouco depois, você disse que queria me ver. você foi a minha casa. foi bom. você foi embora.

no dia seguinte, a mesma ladainha: acho que não dá, vamos ser amigas. de noite, a mesma coincidência: nos encontramos em um dos milhões de blocos, no meio da multidão. quais eram as chances? sério mesmo, faça a conta. mas, dessa vez, eu não quis. porque foi demais ouvir dois dias seguidos que você não estava a fim.

um ou dois dias depois, você me procurou. mandou alguma bobagem de internet. que foi solenemente ignorada. depois, veio perguntar se não podíamos ser amigas. eu disse que tudo bem, que só não havia respondido à mensagem porque não tinha texto.

um tempo depois, esbarrei na minha ex na rua, numa dessas coincidências, tipo as nossas do carnaval (se ela ainda ler isto daqui, vai ficar sabendo agora e terá a primeira coisa *real* que poderia usar contra mim). retomamos o relacionamento. uns dias depois, claro, você apareceu. começou toda a ladainha. eu disse que não queria voltar àquele padrão, que, inclusive, estava com outra pessoa. você perguntou o que eu queria. te disse como estava me sentindo, que estava apaixonada, que queria namorar você. você me mandou aquela música da Bethânia, que falava sobre essas questões, como se em homenagem aos meus sentimentos (e não aos teus, como você tentou insinuar outro dia - inclusive, só soube agora que você se sentia da mesma forma [?] que eu). isso foi uma sexta. daí você desapareceu. na segunda-feira, você mandou uma mensagem aceitando a minha proposta. mas disse que a gente não podia se encontrar naquele dia, que estava ocupada, mas que me avisava quando pudesse.

esperei na maior paciência. o dia foi quinta-feira, às 10 da noite. estava voltando da rua quando você me procurou. passei na tua casa, que era próxima à minha. você havia voltado atrás, tinha dúvidas. entreguei teu presente de aniversário. trocamos alguns beijos. na hora de se despedir, você encheu meu rosto de beijos. exatamente como você fez no domingo.

depois disso, percebi que não podia mais ficar no relacionamento em que estava. ela já estava irritada porque eu não mudava o status no facebook. coisa que eu nunca teria aceitado no lugar dela. (se você estiver lendo isto aqui, me perdoe.)

e aí nós duas conversamos, você disse que não dava. e foi isso.

passou um mês, mais ou menos, veio a lua cheia e você. a mesma ladainha. ficamos de nos encontrar. mas você nunca marcava. daí se mudou. sempre muito ocupada. no auge da minha irritação, estipulei, na minha cabeça, um prazo de 9 dias. e você sumiu. te bloqueei em todas as redes.

passaram-se alguns meses. resolvi a história comigo mesma e te desbloqueei. no dia seguinte, estava saindo para encontrar uma mulher nova (era sábado, à noite), e você manda mensagem. respondi educadamente.

chegou dezembro. estava namorando outra pessoa já, e você apareceu explicando-se e dizendo que, naquela época, havia me dado tudo que você tinha. achei super bonito. foi uma conversa bonita.

dias depois, estava viajando e havia brigado com essa namorada. você apareceu, mandou música da Bethânia, ficou pirando em alguma foto que eu havia postado e, junto disso, né, a ladainha. eu disse que poderíamos ter um lance outra vez, se você quisesse, mas que não ia passar mais por toda a coisa virtual, que parecia mais um relacionamento à distância (só que entre pessoas que moram na mesma cidade - inclusive, no começo, éramos, praticamente, vizinhas).

voltei de viagem, te mandei mensagem, e você.. sumiu.

meses depois, me chamou para ir à Chapada. eu disse que podia em finais de semana, mas você queria só se fosse no meio da semana.

depois, machuquei as mãos. você viu a foto nas redes e veio oferecer ajuda. eu disse que precisava de ajuda para lavar a louça. você me sugeriu usar luvas de borracha.

depois, veio avisar que estavam vendendo ingressos para o show da Bethânia. perguntei se era um convite. não era.

dois meses depois, fui ao show com um amigo. você me viu (eu não te vi). você mandou mensagem. começou a ladainha. a gente marcou de se encontrar. era para ter sido almoço. você passou o dia enrolando. eu já estava irritada. na verdade, lá pras 16h, já havia desistido. combinei de ir encontrar a crush-atleta. daí, tipo, no mesmo segundo, você apareceu e marcou. precisei reorganizar a agenda. foi por isso que me atrasei.

comprei uma latinha de cerveja para tomar no caminho, para não chegar tão irritada. você perguntou se eu tinha bebido. tinha bebido essa latinha. eu não estava bêbada. estava irritada. com essa situação toda. com você não saindo do celular. com você indo catar uma flor pra dar pra novata do teu centro que estava no bar. fiquei tentando ser empática, imaginando que você estivesse com ciúmes. da moça que me abraçou por trás naquela hora, da mulher da outra mesa com quem eu já tinha ficado (e que achava que tinha sido a figura lá do ano passado, por quem me interessei depois de você).

mas, olha, neste momento, não estou mais conseguindo me colocar no teu lugar. depois de tudo isso, vir me dizer para sermos amigas. meu bem, você não consegue ser minha amiga. eu não sei o que rola direito. eu me sinto, sim, atraída por você. ter te visto naquele dia reavivou meus sentimentos. mas não consigo lidar com você me querer às vezes sim, às vezes não. alguns dias atrás, você veio dizer que concordava com minha percepção de que temos uma coisa cármica, uma coisa meio inevitável. rola esse magnetismo.

veja bem, não estou aqui te pedindo em casamento. só quero que você decida se você quer ficar na minha vida ou sair. porque esse meio termo não vai rolar mais. você precisa amadurecer. é por isso que sempre digo que sair com mulheres mais velhas não resolve essas questões. outro dia, foi a crush-poeta ligando e mandando mensagens de madrugada e, depois, dizendo que eu a inspiro a ser tão impulsiva. como se a responsabilidade fosse minha. mulheres "maduras" adolescentes. vocês duas.

e, assim, na prática, mesmo depois de tudo que você vinha falando sobre responsabilidade afetiva, percebi você não mudou nada. sério mesmo. mas eu, sim.

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