segunda-feira, 23 de setembro de 2013

baculejos



touro com ascendente em peixes. não fica muito mais cármico do que isso. 

na sexta, não conseguimos ver o filme (que eu, secretamente, nem queria ver mesmo, preferiria ter partido direto para os drinks, o que acabou acontecendo), então sentamos e, de repente, olho a minha volta e percebo que estou em uma mesa de taurinas. sendo que só percebi isso quando a taurina-de-batom (desisti das letras e dos números, já me perdi) surgiu, do nada, e me beijou o rosto. não sei explicar o que acontece, mas aceito. 

o outro episódio, anterior a esse da mesa, foi daquela na fila para o filme, me interpelando, assim, do nada também, querendo saber meu nome. fiquei sem reação e comecei a rir, meio nervosa, me perguntando por que ela não saberia quem eu era. tipo, sinto como se fôssemos já quase amigas. a taurina-puppy (só para irritar Simone, que detesta essa expressão - mas, veja, não é puppet, certo? é puppy, é carinhoso, apelido de menina)

na mesa, depois, amiga-enfermeira aparece e me apresenta a melhor amiga dela, a taurina-do-nome-bonito. "nem se empolgue, ela é hétero". como se existissem mulheres héteros. alguém me disse isso ainda outro dia. 

a noite terminou com Simone aparecendo do nada e eu, aparentemente (porque não lembro), a engasgando com um cubo de gelo que tentava fazê-la engolir. "vamos sair daqui." não lembro o que houve, mas não encontrei mais ninguém que estava na mesa, então saí sem despedir-me mesmo, daquele modo que sempre fazemos quando nos encontramos por acaso.

o sábado foi gasto na feijoada, com caipirinhas, risadas e telefonemas de puppies. até chegar a noite, quando me arrastaram para essa festa derrota na casa de alguém, que capitalizei por encontrar a amiga-arquiteta, que está ainda mais bonita. conversamos sobre piqueniques e a fôrma de cubos de gelo em formato de caveira que ela queria dar para mim de aniversário.

depois, resolvi ir à outra festa, para a qual havia ganhado convite na noite anterior, só que depois de errar o caminho por uma longa hora e meia. tinha marcado de encontrar T3, a taurina-pisciana, mas não conseguia enxergar ninguém, então esperava as pessoas virem falar comigo. duas das quais eram esse casal, com o qual nunca consigo marcar encontros, então já fui pensando que seria uma boa oportunidade, rodamos a festa, desviando de todos esses cineastas e pessoas de roupa de gala, quase morri quando vi o decote da guria, que ia até a cintura, fiquei interessada em saber se ela estava de sutiã, "não, não tem como, ia aparecer", então passei a pensar em outras coisas que gostaria de perguntar, até que, no meio do caminho, parei no bar e, quando me dei conta, os dois haviam sumido. 

fui dançar e, de repente, avistei T3. trocamos uns beijos, mas acho que ela estava braba. tanto que resolvi ir ao bar outra vez e, quando voltei, ela havia sumido. ah, lembrei. propus a ela beijarmos a guria-cineasta de cujos signo e nome não me recordo. ia rolar, eu queria, mas estamos falando de taurinas, esses bichos doidos e possessivos e ciumentos. também sou, mas acho que em um grau um pouco mais ameno. 

no caminho para o bar, esbarrei em alguém que acho que posso, talvez, haver arregimentado para minha tropa. ela me contava que era policial e trabalhava com todas essas coisas interessantes, falando baixo e calmamente, com um olhar quase canceriano, e eu só me recordava da amiga-libriana-barraqueira contando que eu precisava pedir que me fizessem um baculejo, eu nunca mais olharia para as fardadas da mesma forma. mas, ela não me contava o signo, queria que eu adivinhasse. errei quatro vezes. quando perguntei se era leão, ela virou as costas e me deixou sozinha na fila do banheiro. claro que, quando esbarrei nela mais tarde, puxei-a pelo braço e disse que tinha certeza de que era leão. ela fez a mesma cara de canceriana e, daquele jeito calmo e plácido, reiterou que não. então, trocamos contatos. 

pouco depois, encontrei a amiga-escorpiana-bêbada (combinação perigosa: escorpião + álcool), ela também havia adorado o vestido verde e estava me achando muito gostosa (coisa que repetiu à exaustão, fazendo-me criar expectativas), então aproveitei para pegar bastante nela também. enquanto nos apalpávamos, ela comentou que achava super doida a guria que havia dito que não podia mais sair com a outra porque estava apaixonada. eu ri, mas concordei. é bem doida mesmo. 

daí, olho para o lado e percebo que já era dia, e alguém que não conhecia me chamava para entrar na piscina. tirei os sapatos e as pulseiras e atendi, claro. o melhor banho de piscina. até Simone entrou. foi a primeira vez. aliás, foi a primeira vez de Simone em várias coisas. alguma coisa está acontecendo, talvez seja a taurina-puppy. que, segundo ela, é reverberação do meu "harém" taurino. mas, eu discordo. inclusive, acho que essa história é toda dela, não me sinto de forma alguma relacionada ainda que, na prática, esteja envolvida muito, mas muito, muito, muito mais do que gostaria. é brasília. já aceitamos. 

depois dessa breve parada de 4h em um lugar ali por perto, fomos almoçar no nosso restaurante tradicional, com os vestidos completamente encharcados, botas desamarradas, chocando toda a alta sociedade dourada. ficamos um tempo na varanda, mas, por causa do sol, tivemos de entrar, até porque havia ar condicionado. avistamos um outro casal de mulheres, lindas, apaixonadas, o qual não conseguíamos evitar encarar. na hora de ir embora, elas passaram por nós e sorriram. sorrimos de volta. Simone queria saber qual das duas eu queria, mas, oras, para que escolher.

na saída, descendo as escadas, dois caras nos pararam, perguntando a Simone se ela não se lembrava da mão amiga na piscina da festa. rimos, e eles perguntaram se trabalhávamos com design, o que prontamente confirmamos. até porque adoro mentir para desconhecidos. tipo T1, a primeira taurina, que disse que era garota de programa. até usei com T2, que, carmicamente, me deu a mesma resposta que eu havia dado a T1 "contanto que não me cobre". ninguém cobrou. quer dizer, só eu, quando me apaixonei e estraguei tudo. 

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