quarta-feira, 18 de setembro de 2013

nunca serei poeta

o dia de ontem passou como um vendaval. não deve ter sido por acaso que caiu aquele pé d´água. foram minhas emoções revirando-se. certeza.

era uma decisão difícil, mas só de aceitar, pois já estava tomada há muito tempo. há exatos dois meses. "não vai durar." quantas pessoas me disseram isso. quantas. "já está ruim no início, imagina depois." "saia enquanto você ainda está no controle" (ênfase no *ainda*..) "você não precisa passar por isso" "nossa, a julgar pelo jeito como você está, ela deve ser muito gostosa!" (hahaha esse era o meu favorito)

sabe essas relações que te estragam toda para as relações seguintes, que te enchem de traumas? pois é, a última duradoura, sim, me estragou de várias formas (tipo ficando com minhas amigas e deixando minha colega de apartamento dar em cima dela), mas me consertou de várias formas. uma delas (e isso é bem piegas) foi ao ensinar-me a amar (eu avisei). amor completo, inteiro, sem poréns, sincero, real. se é para fazer, fazer direito. lição de vida mesmo. amar por inteiro.

e, foi isso que fiz. joguei-me de cabeça. desde o princípio. quando era bom, era ótimo. fazia toda a chateação, todos os jogos, tudo valer à pena. já sabia o que me esperava depois desses momentos e procurava manter a paciência. até porque me parecia o único modo de conseguir levar uma relação com alguém tão mais nova. então, deixava-a espernear, fazer charme, fingir que era moderna e ocupada, que tinha uma vida incrível. deixe-a. deixei, deixei mesmo. sob o protesto de várias pessoas (a quem sou grata mesmo assim! hihihi). mas, entendam, eu queria mesmo fazer isso. na hora, era ruim, irritava. mas, são as jovens. elas precisam disso. faz com que se sintam poderosas, sabe.

e, como ela gostava disso.

até isso eu achava fofo.

só que chegou o tal momento. foram dois meses. o primeiro foi tão conturbado, com nossa total falta de sincronia. nossa comunicação truncada. as mentiras. não, vamos esperar o segundo. ele veio, e as coisas melhoraram muito. cheguei até a pensar que poderia dar certo. esperava só o momento certo para começar a retomar o controle da situação. ela até pediu desculpas. que eu, obviamente, não aceitei.

e, deixei-a ir. com o coração partido. completamente apaixonada por essa pessoa tão cheia de defeitos. tão já sofrida com tão pouca idade. que me inspirava um instinto protetor quase animal. que me enchia de ternura. que me arrepiava só pela forma de olhar nos olhos, apertando-os, sempre com aquela expressão de braba. aquela expressão de braba do primeiro encontro, naquele café. que me deixou muda. que me tirava o fôlego toda vez.

e, daí, choveu. chorei no bosque. chorei em casa. levaram-me para beber cerveja e nadar e falar sobre as paixões. levaram-me para o show. bebi mais cerveja, me perdi. tomamos banho de chuva. comemos cachorro-quente. cheguei em casa, chorei e dormi. e, acordei ainda mais dramática. só que cheia de planos.


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